10 março 2010

Ajuda Inesperada.

As folhas caiam lentamente no quintal e já haviam se passado mais de dez minutos desde que Louis fora embora e me deixou ali. "Você não vê que eu preciso de um tempo só pra mim? Você tem seus amigos e eu sou proibigo de falar com outras garotas?" Havia vestigios de raiva no seu olhar, rancor. Ele me disse aquilo e simplismente saiu... Nem olhou pra trás. Pouco a pouco eu senti minhas pernas se moverem, junto com a minha vontade de sair dali, ir para bem longe. Caminhei sem rumo por um tempo, até minhas pequenas pernas se cansarem e olhei pros lados procurando saber aonde eu estava. A rua não era muito estranha pra mim, mais não me parecia ser um lugar muito seguro. Percebi que eu não tinha motivos para proceguir com a minha caminhada, então voltei. Ou pelo menos tentei voltar, por que assim que eu me virei para fazer o mesmo caminho que eu havia feito até chegar ali, dei de cara com um homem de aparência estranha. Ele me encarava e sorria, seus dentes eram amarelados. - Se perdeu por aqui garotinha? - Ele parecia ter uns trinta e seis anos, por ai. Ele era baixo, a barba mal feita do seu rosto me dava arrepios e a cada passo que ele dava eu caminhava um passo pra trás. E para a minha grande sorte, havia um poste bem atrás de mim, ou seja, dei com as costas no poste. - Eu.. ahm.. Só estava de passagem! - Falei, tentando e fracassando ao parecer segura. A verdade era que eu estava só esperando para que acontecesse alguma coisa, eu já podia sentir o hálito de bebida alcoolica vinda daquele homem que se encontrava a perfeitamente menos de um passo perto de mim. Ele havia apoiado os braços do lado da minha cabeça, no poste. - Um garota tão linda como você não deve andar por ai sozinha, mocinha. - Ele falou, se aproximando mais ainda. Virei meu rosto e fechei os olhos. Senti a mão dele pegando meu rosto e virando este mesmo, mais depois, não senti mais nada. Me permiti abrir os olhos e consegui ver um cara, ele não parecia ser mais velho e nem muito novo, mais ou menos na minha idade. Ele havia puxado o homem que a pouco tempo estava me prensando naquele poste e estava o encarando. - Calma ai muleque, não vai ser meter em assuntos que não são seus. - O homem falou quando o menino caminhou pra frente dele. Ele mantinha a mesma expressão, o olhar forte, decidido. O homem levantou as mãos e foi andando para trás, logo, correu. - Bebados! - O menino resmungou. Sem olhar para trás, o menino foi caminhando devagar, parando na estrada e olhando para os lados para ver se não vinha nenhum carro. - Ei, espera! - Eu tentei chamar ele, mais ele nem sequer virou, não parou e apenas fingiu que não era com ele. Que menino estranho! Eu pensei, balançando a cabeça e indo embora o mais rápido possivel. Cheguei em casa e falei para a minha mãe que estaria pelo quarto a noite inteira. Não consegui fazer outra coisa que não fosse pensar no sujeito estranho que havia tirado o homem bebado de perto de mim. "Pelo menos ele salvou você daquele cara ridículo" É, ele havia me salvado, mais depois nem me olhou. Dormi com esse pensamento na cabeça.

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